Romantismo brasileiro

 

Antes que reforma artística, o romantismo constituiria numa profunda mudança do caráter humano ocidental na centúria, que vai de 1750 à 1850.
  Daí, nos adviria a Idade Contemporânea, com as novas correntes culturais, intensamente modificadas pelo longo predomínio romântico.Em alguns países da Europa, pode se constatar esta tendência, já na segunda metade do século XVIII, principalmente na Inglaterra e Alemanha.
  Enquanto que, nos países latinos e americanos, só viria a se impor na primeira metade do século XIX.
  Em oposição, ao que constituía o mundo clássico, o Romantismo se assentaria numa outra filosofia e numa nova atitude do homem, impregnada desta mesma filosofia.A nova fase é o reflexo de uma nova concepção da realidade, que leva o homem à tomada de posição ante esta mesma realidade antagônica à atitude do homem clássico, guiado pelos motivos de então.A postura romântica ante Deus, o universo, a natureza, a vida, a sociedade, o homem e a arte, passam a estabelecer uma nova etapa de progresso humano, tal foi a totalidade de pensamento que ela logrou refletir na época.
  O modo de viver e a cultura dos clássicos, iam se tornando obsoletos aos vanguardistas de 1850 em diante.Tomavam corpo, ideias e ideais em concepção que não ao modo da clássica, e logo a revolução abrangeria a estrutura sócio-política e economica ocidental.No seu auge, esse vento renovador transpõe o Atlântico e nos chega, levando de roldão toda uma América, também cansada das velhas formas classicistas.

  Conteúdo de ideias e experiências ditadas pelo Romantismo, a arte desse tempo é facilmente assimilada na consistência de sua estética se se compra por exemplo, e no caso da cultura brasileira, a concepção heroica, que nos é mostrada pelo Caramuru de Santa Rita Durão e a Confederação dos Tamoios, de Magalhães; a concepção da natureza de Manuel Botelho e a de Gonçalves Dias; o canto lírico-amoroso de Gonzaga e o de Castro Alves.Em historia é imediata a impressão diversa, que nos transmitem Rocha Pita e Varhagem.
  Nos países Americanos, o Romantismo viria a calhar com a luta e a consolidação da Independência, o que põe os propósitos em conexão íntima com o que medrava entre nós; um sentimento nacionalista, vigorosamente voltado ao engrandecimento das nações americanas, pretendendo elevá-las ao nível das civilizações europeias.
  De forma que, lado a lado, tanto os estadistas brasileiros do século passado, se devem ao impulso político quanto aos artistas de então é devida a participação ativa e constante  na formação da "consciência nacional", em termos de uma realidade brasileira com sua historia, a sua geografia, a sua arte, em fim um panorama sócio-cultural com as peculiaridades de sua gente,
  Assim, no Romantismo brasileiro há se destacar obras nas mais diversas especialidades, realizadas por desde economistas com Azevedo Coutinho e José da Silva Lisboa, passando pelo jornalista Gonçalves Ledo, Cunha Barbosa, Hipólito da Costa, Evaristo da Veiga, Justiniano José da Rocha, João Francisco Lisboa, pela obra política dos Andrada e Silva, Martim francisco Ribeiro de Andrade, Pe. Diogo Feijó, Teófilo Otoni, etc.

  Nossa cultura, desde 1808 dinamizada para a criação entusiástica da nacionalidade, foi receptáculo febrilmente acolhedor do ideário romântico.A busca de temas nacionais, falado através de uma "língua brasileira"inflama os espiritos vanguardeiros.A trajetória para uma autêntica literatura nacional é iluminada pelo aparecimento oportuno da Revista Niterói, dirigida por Magalhães e Porto Alegre no sentido de imbuir o espirito brasileiro da necessidade de um "literatura nacional" e de um "teatro nacional".João Caetano e Martins Pena também se tornariam notáveis nesse movimento.
  Porém, só na década de de 40, tranquilizada a vida brasileira com a já passada fase de transição na política nacional, sob o estímulo de D. Pedro II agora, é que aparecem os primeiros autênticos valores na poesia, no romance e no teatro.Atingindo seu clímax na décadas de 50 e 60, a partir de 1868, a literatura romântica cederia terreno à revulução que superou o Romantismo, ficando este, com a glória de ter despertado uma cultura e literatura definitivamente nacionais.