quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

João Guimarães Rosa...O revolucionário.

 
Escritor e diplomata brasileiro, nascido em Cordisburgo (Minas Gerais), em 1908.Formado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, clinicou dois anos no interior, e em 1932 tornou-se capitão-médico da força pública mineira.Dedicou-se, depois, à carreira diplomática:representante do Brasil em Hamburgo (Alemanha), teve que regressar rapidamente ao Brasil com a declaração de guerra aos países de Eixo (Alemanha, Itália e Japão): foi secretário da Embaixada Brasileira em Bogotá (1942-1944), chefe de gabinete do ministro Neves da Fontoura (1946), conselheiro da embaixada em Paris (1958-1951), chefe do Ministério das Relações Exteriores (1951-1953).Em 1958 foi nomeado ministro de primeira classe e, depois, chefe de fronteiras.
  Literariamente surgiu em 1936, quando ganhou o premio de poesia da Academia Brasileira de Letras com o livro Magma (nunca publicado).Em 1946 publicou o livro de contos Sagarana, em que apresenta um regionalismo diferente, recriação do linguajar regional, repleto de invenção vocabular e sintática, em que o regional era adaptado às exigências artísticas do prosador-poeta.
  Dez anos mais tarde surgem o livro de novela Corpo de Baile e o romance Grande Sertão:Veredas, obras que o colocaram definitivamente na linha de nossos maiores escritores.Principalmente nesta última obra, Guimarães Rosa, de uma linguagem toda funcional, em que palavras científicas, populares, termos arcaicos e mesmo a gíria se misturam, realçando o escrito, revolucionando a arte de escrever.O artista busca entrosar o antigo e o moderno, e então recria o romance, revoluciona a arte de contar estórias.
  A seu respeito escreveu o poeta e ensaísta Adolfo Casais Monteiro, em O Romance: "Não sei, como já disse, até que ponto Guimarães Rosa se terá utilizado da fala sertaneja para a reestruturação estilística que caracteriza seus dois últimos livros.Em tudo quanto li_e não foi pouco_sobre eles não encontrei senão afirmações demasiado vagas.Mas, por muito importante que fosse tal esclarecimento, ele é todavia dispensável quando se trata de estabelecer a validade estética do seu estilo.A sua novidade (mesmo que tal novidade se verificasse recuo, do ponto de vista linguístico, como já se afirmou) impor-se-à ou não independentemente de condições dessa ordem:ela tem que ser avaliada pelo seu poder de comunicação, pela capacidade de pôr vivas, diante de nós, as personagens e a ação dos seus contos e do seu romance.Ora, quer-me parecer que o consegue inteiramente, mesmo sendo "difícil".E difícil que dizer, no caso de Guimarães Rosa, alheia, pelo menos relativamente, ao discurso lógico; éum estilo de explosões poéticas, de invenção sensual, obscurecido (do ponto de vista lógico), pela palpitação e a or das imagens;um estilo desconjuntado(ainda do ponto de vista lógico), em que a palavra se insubordina contra as imposições da gramática, e reclama a liberdade de se reafirmar como unidades"
  Guimarães Rosa, considerado hoje um dos maiores escritores do século, sobretudo pela sedução da linguagem literária que inventou a partir da fala regional, morreu no Rio de Janeiro, em 1967.

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